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sábado, 25 de junho de 2011

Eu estava la

















Eu estava lá. Quando no poste de tortura O açoitaram com impiedoso flagelo, dando-lhe quarenta chicotadas. O terrível chicote romano, com as suas doze pontas de osso e ferro arava-lhe as carnes, abrindo sulcos por onde o sangue misturado com suor escorria irreparavelmente.
Quando os soldados lhe puseram uma coroa de espinhos na cabeça para brincar com Sua realeza para dizer que era realeza, mas de dor. Quando lhe colocaram um caniço quebrável na mão para dizer que o seu cetro era o cetro da fraqueza.
Quando O vestiram com um manto aparatoso para significar que tipo de Rei era Ele - era rei momo, rei palhaço, rei do festival, rei da brincadeira.
Quando para honrá-Lo, cuspiram-no. Para afirmar a Sua majestade, esmurraram-no. Para declarar a Sua sapiência, fecharam-lhe os olhos e perguntaram: “quem foi que Te bateu?”.
Sim, eu estava lá. Quando na via dolorosa, carregando a cruz, com o rosto já macerado pelos hematomas e inchaços, não suportando o peso, tombou por três vezes antes que um certo cireneu O ajudasse até o Gólgota.
Quando os soldados Lhe traspassaram as mãos com pregos e as mesmas foram rasgadas pelo impacto da cruz ao cair no buraco. A Sua visão era grotesca, e o Seu rosto, desfigurado. Nem mesmo os Seus algozes conseguiam contemplá-Lo.
Sim, eu estava lá. Éramos companheiros da mesma dor. Parceiros da mesma sorte, separados pelos ideais. Os meus, ignóbeis, baixos - revelavam a natureza perversa e criminosa com a qual manchei a minha triste história... Os Seus, apenas refletiam a grandeza de Sua missão. Era o Salvador do mundo, o messias esperado. Sua cruz não era a cruz de um criminoso, era o altar de um cordeiro - o Cordeiro de Deus.
Por detrás daquele alguém sem formosura, sem beleza, de quem todos escondiam o rosto, havia um Reino e um Rei, que foi capaz de olhar para um ninguém como eu para, mesmo em meio ao seu próprio sofrimento, me dizer: “Em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no Paraíso. “ (Lucas 23.43)

(Autor Desconhecido)

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